Não é neblina
Nem opacidade
de catarata
É fumaça, fuligem
e poeira diversa
Que tudo
embaça
Monstros de
metal
De formas
variadas
Tantas e tais,
mas não os consegue tornar belos
Vomitam
monóxido de carbono pelas vias já escuras
De tanto cuspe
e vômito, de gente, de máquina
Mesmo as
árvores estão cinza
O rio é
necrosado
Mas insiste em
correr
Moroso, denso,
escuro.
Não é mais
vida, é veneno
Automóveis não
param
Pra cá, pra
lá...
Buzinas,
freadas bruscas, estouro de escapamento
Espalham
fumaça, mau gosto, pretensão
Prepotência e
o orgulho de quem só tem pra se orgulhar
A posse
Os pássaros
que persistem
Estão
pestilentos
Pombos
putrefatos
Garças
enlameadas
Não encantam,
afastam
São essas as aves
que aqui gorjeiam
E acham normal
Até quando?
Até quanto?
Até que ponto?
Tudo tornou-se
banal
Pronto
Mais carro
Mais gente
Mais caro
Mais concreto
Mais deserto
Mais
detergente
Há vida?
É vida?
Se evita?
Foto: Fábio Mocci - Centro de São Paulo
Verdade, os pássaros e os animais em geral sofrem com o nosso egoismo.
ResponderExcluirWagner R. S. Sechi
Para se pensar e muito.
ResponderExcluirAté quando? passam pela gente como se fossemos bichos.
Bichos não os meus são bem tratados. Até quando Djair ......Até quando.
abraços Carminha
Essa foto foi durante o primeiro ato do MPL, eu estava lá embaixo na hora que acenderam as foqueiras (catracas de papelão) e depois subi, nessa hora que bati a foto foi meu primeiro contato com o gás lacrimogêneo nesta vida... tenso.
ResponderExcluirFabio Mocci
O progresso realmente tem seus encantos, a gente só não consegue ver onde hahaha.
ResponderExcluirEstamos esquecendo que a vida é bonita e é bonita!!!
ResponderExcluirGina Guimaraes
Nosso olhar para as coisas é banal e inconsciente. Até quando? É vida?
ResponderExcluirGizelton.
Aqui em Santos, cada dia sobre um prédio novo, enquanto isso outros vão ficando mais tortos, fico pensando num possível efeito dominó... Já nem é preciso esperar temporadas de verão para que o caos se instale, congestionamentos, praias impróprias, e por aí vai...
ResponderExcluirSó chorando.
Belo poema
♫Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
ResponderExcluirDa feia fumaça que sobe, apagando as estrelas♫
O que fizeram de ti,Mãe Natureza?
O "Humanos"desde sempre estragando tudo.
Amei!Só a poesia para tornar algo tão triste em lindeza sem fim,como esse poema.Parabéns!
Beijão,Dja!Dani.