quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

No caís de Floriano





No cais de Floriano (Piauí), que nada mais é que um pequeno pedaço da beira-rio coberto por cimento, de onde saem as canoas motorizadas com destino à vizinha Barão de Grajaú (Maranhão), os moradores daquela cidade, à noite, ao se demorarem nos bares, namoreos e outros "que fazeres", gritavam a altos brados: Canoeeeeeeiro!!!, até que este viesse ao lado piauiense para atravessá-los.



Na época já era maltratado, cheio de anúncios e quase sem as lavadeiras que bordavam-lhes as margens ao estenderem ali colchas, toalhas e roupas coloridas e que, aos pés do Parnaíba, se prostravam em culto corriqueiro, conforme anunciava Katya Carnib em seu delicioso poema*.

Entraram e saíram governos e este espaço onde, quando cheguei àquela cidade, ficavam os bares e se ouvia Belchior (na palhoça da tia Chica) e Caetano (no Luar), foi ficando cada vez menos atrativo. Metade foi reformada há cerca de 15 anos e a outra metade esquecida para sempre após reeleição do prefeito da época.

Era o ponto de encontro nas férias, de manhã banho de sol, banho de rio, que às vezes acompanhava pescaria no deck do flutuante, à tarde sempre o pôr-do-sol (os mais belos)... Quando caía a noite, cerveja certa com os amigos no Acauã.


O cais fervilhava, sempre cheio de amigos e amigos destes, de fora, pois àquele tempo, vinha muita gente de fora conhecer a Princesa do Sul - Floriano.


A princesa foi destronada, o cais onde pixávamos poesia cedo foi tomado pelas propagandas... Algumas enormes como a precursora Itapemirim e outras que as seguiram. Agora vendo a foto, para o bem, observo que nem elas existem mais.

É... Como disse um poeta: nostalgia é saudade de um lugar que não existe.





* Rio Parnaíba



Katya Carnib



Rio Parnaíba, terapia dos pescadores suplicantes e das rústicas lavadeiras, que a seus pés se prostram num culto corriqueiro, afrodisíaco do vento que beija as pernas das mulheres que visitam o cais. Venero-te Parnaíba, Parna-Nilo do Piauí.




Foto: Djair - Cais de Floriano, visto a partir do ponto de desembarque de canoas, em Barão de Grajaú - MA

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Tranças de Matildes




Cornélio Pires, em mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier em 13.02.1997 passa a quadrinha:
Inveja
A inveja é uma força oculta
Que, de raiva, se mantém,
Criticando a distinção
Que ela deseja e mantém.*

É de se lamentar a infelicidade de algumas pessoas, que só conseguem se sentir melhor se estão a falar mal de alguém ou de alguma coisa. Comentar o caso de alguém que se deu mal em uma empreitada, isso então para elas é a glória.
E não adianta falar: Não quero saber ou comentar sobre isto, elas virão atrás com o seu: “Ah, mas deixa só eu te contar...” E tome um bombardeio de vibrações negativas e, inconscientemente, mesmo que você não acredite no que ela fala sobre a outra pessoa, o veneno foi plantado, você acaba por mentalizar coisas negativas e , ao final do dia, ou mesmo já depois de livrar-se da presença da(o) infame, você estará se sentindo fraco, sem forças ou apenas triste, sem saber como essa sensação lhe abraçou.
É preciso cortar ao máximo os laços a fim de se desvencilhar, mas sempre estará à mercê de quando encontrar-se novamente com estes tipos e ouvir de novo: “_ Ah, eu já te falei o que...”
Desgraçadamente, as máscaras de simpatia a encobrir faces que não se podem ver, sempre acabam por encontrar quem lhes dê ouvidos, quem lhes compre as brigas... E ai de nós, ao virarmos as costas, pois sabemos de antemão que seremos “a próxima vítima”.
Piorando ainda os dramas cotidianos com maledicência, virá a implicar terceiros, com os quais acabamos por temer contato, por fazerem parte do círculo daquela primeira pessoa, implantando a dúvida: “_será que então o que eu comentar irá parar no próximo ‘plantão do jornal diário’”? E assim acabamos por afastar-nos de pessoas as quais em princípio nos sentimos bem em comungar diálogos e impressões.
Que Deus tenha piedade de nós.
*XAVIER, Francisco Cândido; PIRES, Cornélio (Espírito). Caminhos da fé. São Paulo: Instituto divulgação editora André Luiz. 1977.
Foto: Djair - Caranca - Museu do São Francisco - João Pessoa - PB.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Comunidade Prajalpa no orkut.

Bem, não sei se isso vai adiantar muita coisa, mas como todos se promovem no mundo (ainda) azul do orkut, eis que criei (é, eu também...) a comunidade do Prajalpa, muito embora, já seja bastante dificíl alguém postar comentários aqui, imagine então como será na comunidade.

Em todo caso; se achar que deve, entre e fique a vontade.



http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=97760301

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Gostos meus



Gosto de hortas de couve
De canteiros de margarida
Simpatizo com as freiras
E com as mulheres da vida

Gosto de prato farto
De pimenta na comida
Geladeira cheia após as feiras
De vinho pra celebrar a vida

Gosto de cemitérios
De castelos, de toda ermida
De sinos de catedrais
de cabanas que dão guarida

Gosto de fogão a lenha
Das quitandas da Maída
De tomar café ralinho
Da vida na roça amiga

Quem foi que disse: Não há saída?

Foto: Dionísio Pedro da Silveira - 2008

Casa da "Tia Maída", Quebra Cangalha, Oliveira - MG

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ano novo, sentimentos velhos...

Cobraram-me mensagens de natal e fim de ano...
Sinceramente? Não tive muito clima pra isso, embora como sempre tenha ornamentado a casa, enviado três cartões (estou a melhorar, já que há anos não envio, então quem recebeu sinta-se duplamente prestigiado).
É engraçado como apesar disto não me animei a escrever nada de punho próprio sobre as datas de entusiasmos e sentimentos febris. Então, vou colocar abaixo o texto que escrevi ano passado e enviei a alguns colegas; se o Zé Simão vive a repetir a mesma crônica sobre a mostra de Cinema de São Paulo, também posso repetir a mensagem, todos ficamos felizes, e estamos conversados.
Caros colegas
Mais um ano passamos juntos e graças da Deus, conseguimos superar as dificuldades que nos surgiram no dia a dia. Para mim não foi um ano muito fácil, como não deve ter sido para vários de nós, mas lutamos e com fé conseguimos chegar aqui mais experientes, mais sábios, e acredito melhores do que éramos há um ano.
Que Deus nos ilumine a todos, fazendo com que continuemos assim, melhores seres humanos, melhores colegas, a procurar cada vez mais agirmos com respeito aos semelhantes, à natureza, ao planeta. Pois o respeito ao próximo é a maior ajuda que podemos dar à humanidade. As coisas materiais são tênues e passarão, mas o respeito, consideração e dedicação (bem mais difíceis de conseguir ofertar a quem está ao lado do que a quem está longe) são algumas das coisas que nos aproximam de Deus.
Que tenhamos a certeza que Deus está junto a nós, nos propiciando o que de melhor estamos aptos a receber nesse momento. Obrigado a todos pelo coleguismo, paciência e carinho, e desculpem-me se em algum momento fui grosseiro e descortês. Que Deus nos ilumine a todos, que este ano tenhamos paz, fé e união. E que durante todo o ano nos sintamos realmente como um napoleão coroado.
Abraço a todos e que Deus os ilumine sempre.
Foto: Djair
Manacá da Serra, no jardim de casa enfeitado com "as luzes de natal" Qual a Brasília da chegada de Jão de Santo Cristo.