E a volta de Christiane F. à feira
do livro de Frankfurt por esses dias me trouxe de volta à memória, várias
cenas...
A Universidade Federal Rural de Pernambuco tinha, naqueles útlimo anos do milênio passado, um bar chamado "Eco Lógico".
Era costume àquela época uma brincadeira comum das moças que apertavam nádegas de rapazes (dos rapazes mais bonitos, e dos derrières mais polpudos e durinhos) e assim jocosamente perguntavam: “_Tem pente?”, fazendo uma referência ao antigo costume masculino, hoje em desuso, de se carregar um pente no bolso traseiro da calça. Dependendo de quem fazia a brincadeira, a resposta poderia ser: “_Não, tenho escova.” Mas, a mais das vezes, tudo terminava na interrogação sempre seguida de sorrisos, tanto do alvo, quanto da gaiata. Pois bem, o pessoal da Biologia frequentava o “Ecológico” e naquela tarde, entre a turma, estava também Luciano, o mais bonitinho e também o mais bundudinho do grupo. Todos bebiam e riam, quando “de repente, não mais que de repente...” um carro da polícia para e começa a revistar todos o membros masculinos do grupo – e olhe que ali ninguém fumava sequer uma maconhazinha, mas enfim... A coisa começa a ficar tensa quando percebemos que um dos policiais apalpava com vontade os flancos do Luciano, e aí, Geo não se aguenta e taca um: “Moço, pergunta pra ele se ele tem pente!” Ninguém riu até o “camburão” se afastar, mas que foi hilário, isso foi, e as gargalhadas em profusão se deram logo depois.
Aí se deu o sinal para a entrada e todos ali pagaram suas comandas para ir assistir às primeiras aulas do ano. Mal a professora, uma senhora já bastante ‘entrada’ em anos, óculos grossos, cara séria, entra na classe e, como se falasse a uma turma do primário, começa a desfiar o rosário de normas que o cargo lhe permitia: “meu nome é Christiane Fonseca, sou professora de... (enfim, disse lá o nome da matéria), eu não gosto de gracinhas na minha sala, não gosto de piadinhas, conversinhas paralelas enquanto dou a aula, não gosto disso, nem daquilo, e muito menos daquilo outro...” e por aí vai que o rosário era extenso e um terço só já é por vezes cansativo.
Explicações dadas, “modus operandi” explicitado, e Luciano levanta a mão: _Dona Christiane F., por favor D. Cristiane F. ...
A Universidade Federal Rural de Pernambuco tinha, naqueles útlimo anos do milênio passado, um bar chamado "Eco Lógico".
Era costume àquela época uma brincadeira comum das moças que apertavam nádegas de rapazes (dos rapazes mais bonitos, e dos derrières mais polpudos e durinhos) e assim jocosamente perguntavam: “_Tem pente?”, fazendo uma referência ao antigo costume masculino, hoje em desuso, de se carregar um pente no bolso traseiro da calça. Dependendo de quem fazia a brincadeira, a resposta poderia ser: “_Não, tenho escova.” Mas, a mais das vezes, tudo terminava na interrogação sempre seguida de sorrisos, tanto do alvo, quanto da gaiata. Pois bem, o pessoal da Biologia frequentava o “Ecológico” e naquela tarde, entre a turma, estava também Luciano, o mais bonitinho e também o mais bundudinho do grupo. Todos bebiam e riam, quando “de repente, não mais que de repente...” um carro da polícia para e começa a revistar todos o membros masculinos do grupo – e olhe que ali ninguém fumava sequer uma maconhazinha, mas enfim... A coisa começa a ficar tensa quando percebemos que um dos policiais apalpava com vontade os flancos do Luciano, e aí, Geo não se aguenta e taca um: “Moço, pergunta pra ele se ele tem pente!” Ninguém riu até o “camburão” se afastar, mas que foi hilário, isso foi, e as gargalhadas em profusão se deram logo depois.
Aí se deu o sinal para a entrada e todos ali pagaram suas comandas para ir assistir às primeiras aulas do ano. Mal a professora, uma senhora já bastante ‘entrada’ em anos, óculos grossos, cara séria, entra na classe e, como se falasse a uma turma do primário, começa a desfiar o rosário de normas que o cargo lhe permitia: “meu nome é Christiane Fonseca, sou professora de... (enfim, disse lá o nome da matéria), eu não gosto de gracinhas na minha sala, não gosto de piadinhas, conversinhas paralelas enquanto dou a aula, não gosto disso, nem daquilo, e muito menos daquilo outro...” e por aí vai que o rosário era extenso e um terço só já é por vezes cansativo.
Explicações dadas, “modus operandi” explicitado, e Luciano levanta a mão: _Dona Christiane F., por favor D. Cristiane F. ...
Ao que ela
atende: _Pois não? Mas antes que estória é esta de Christiane F.?
E ele: _Ué, a
senhora não é Cristiane Fonseca? Pode muito bem ser Cristiane F.
_É, tem razão,
só que eu não sou drogada e nem prostituída - diz ela em nova referência ao
livro.
Sem se dar por vencido, Luciano emenda: _É, e pela cara... nem tem treze anos.
A risada foi geral, dela inclusive, que acabou aceitando gracinhas e jocosidades dali em diante, para a felicidade geral de todos.
Sem se dar por vencido, Luciano emenda: _É, e pela cara... nem tem treze anos.
A risada foi geral, dela inclusive, que acabou aceitando gracinhas e jocosidades dali em diante, para a felicidade geral de todos.
Foto: internet - Capa do livro: "Eu Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída." O livro surge a partir do depoimento de Christiane F. em 1978, já com 15 anos,ela depunha como testemunha num tribunal de Berlim.