O nome da
escola era Grupo Escolar Prof. Padre Deolindo Coelho, e assim colocávamos no
cabeçalho todos os dias, junto às demais instruções, data e localização:
Coronel Fabriciano, MG.
Àqueles tempos
as escolas públicas tinham ensino melhor que o das particulares, pelo menos
assim rezava a lenda, já que os colégios particulares eram conhecidos como PPP
= “Papai pagou... Passou”. Talvez recalque de nós que não as podíamos
frequentar. Talvez um misto de ambas as coisas.
Usamos shorts
curtos, azuis; camisa branca, de botões; congas e quichutes, numa terra onde
ainda não havia tanto consumismo nem tantas opções de marcas de tênis, e ao
invés de demonstrar padrão financeiro, tratávamos de proteger os pés. Talvez
por isso até hoje eu seja avesso a tal consumo, achando absurdos os preços que
se pagam hoje por pares de tênis que, a despeito de conforto e design, muitas
vezes servem apenas para os enfiar aos olhos alheios, e por eles há quem pague
o correspondente ao salário básico de várias categorias.
Mas voltando à
escola, escrevíamos a lápis... E quão grande era nosso desejo de utilizar
caneta, ah, como gostaríamos, mas não se podia até o terceiro ano. Nossos pequenos luxos eram os cadernos
espiralados, “cadernos de arame” como os chamávamos... desprezando as brochuras
que nos serviam tão bem. Nas capas papel pardo, com nossos nomes... E aí, eis
que surgiram... os chamados cadernos universitários, bem diferentes dos de 400
páginas de hoje! Eram infinitamente mais finos e vinham com folhas coloridas,
em três cores, a saber: verde, amarelo e um tom horrível de rosa.
Evaldo era o
nome do meu melhor amigo, estudamos juntos do segundo ano à quarta série. As
carteiras eram feitas para duplas facilitando assim relacionamentos e
interações, que se desenvolviam e tornavam-se as primeiras amizades.
Foi nessa
época que surgiu a história da “loura do banheiro”, sobre a qual falei em uma
postagem mais antiga, na qual também descrevo a paineira que tínhamos (nós, os
alunos e funcionários) no jardim, à direita de quem entrava no colégio e que
sempre me vem aos olhos das lembranças ao rememorar o grupo escolar, em sua
arquitetura militar, que dentro formava um enorme quadrado com um imenso pátio,
onde o cimento, símbolo de progresso, imperava.
Um dia na sala
de aula, que chamávamos: classe, apareceu em giz colorido o palavrão: “buceta”.
Em letras maiúsculas, e D. Iris explicou-nos pedagogicamente: aquilo era uma
palavra de baixo calão, ou seja, uma forma de se expressar usada por pessoas
mal-educadas, e que servia para designar o órgão sexual e reprodutivo feminino.
O nome correto daquela parte da anatomia era: vagina. Apagou o escrito dizendo
que pessoas educadas não usavam aquela palavra, e portanto não devíamos
fazê-lo, a não ser que quiséssemos que tivessem má impressão de nossos pais. E
não se falou mais sobre o assunto.
Bem bacana lembrar do tempo de escola. Eu estudava no Miss Brawne, na Pompéia e fazia parte da caixa. Alunos que não tinham condições de comprar o material e recebiam da tal caixa. Vinha uns cadernos de brochura fracos e feio, minha mãe encapava com papel de pão e goma feita em casa com farinha. AFFFFFF, os sapatos eram maior e uma certa vez tropecei e cai as crianças riam de mim e mostravam seus lanches deliciosos e eu a comer a sopa da escola ou mingau. As vezes me chamavam de Bokomoko ....... Bem lembranças que não esqueço. valeu pelo texto
ResponderExcluirAbraços Carminha
Ah carminha, as crianças são perversas, isso são...
ExcluirBem inocente!
ResponderExcluirMeus tempos de escola,mesmo estudando em colégio católico,com aquelas freirinhas na fiscalização,eram terríveis,kkkkkkk.
Hoje em dia 'My Pussy is Power',sala de aula é ringue de luta,palco de ofensas..Triste!
Viva seus tempos de escola,Dja!
Beijão!Dani.
"Pussy is power" você definiu bem a impressão que passam algumas aborecentes... E por acreditar nisso muitas vezes destroem seus futuros... Nossa meu jardim da infância foi num desses com freirinhas, tinha a irmã baixinha que eu chamava de bafinha... rs
ExcluirExcelente postagem mano. Lembro quando começamos a usar caneta também, pô, era uma BIC azul. Na escola, me senti importante. Só fiquei puto com um menino. A história foi a seguinte. A caneta que a professora deu, ou acabou, ou perdi sei lá. Um belo dia de manhã minha mãe tirou do armário da cozinha uma caneta e me deu antes da perua chegar. Depois do recreio, um moleque cismou que a caneta era dele e que eu tinha pegado, magina, nunca peguei nada de ninguém. Aproveitando que eu tava distraído esse sem noção que se estiver lendo apareça ou se morreu que tenha ido pro diabo que o carregue, me deu um soco no meu olho algo assim. Não lembro eu era pequeno. Só sei que abri o berreiro. Ah hehe, em 1983 eu não tinha ouvido a palavra Buceta ainda hehe. Eu tinha 8 pra 9 anos. Olha o que vc foi fazer eu lembrar. Abraço mano. hehe
ResponderExcluirNossa Baratta, que mesbla... Espero que o tal moleque tenha recebido um bom castigo. Vai ver ele que roubou sua primeira caneta... Pois é eu li, como descrito no texto no segundo ano, logo uns 8 anos de idade...
ExcluirSimples assim, nada como o didatismo da professora. E assim se aprende o verdadeiro significado das palavras.
ResponderExcluirExatamente Luciano, d. Irís soube conduzira coisa de modo didático, e de forma a não deixar dúvidas que não deviamos gratuitamente propagar o palavrão.
ExcluirOi
ResponderExcluirMenininho, acho que tem coisas bemmm piores do "buceta para se chnar de palavrão !!!
Bjs
Menininho
Tem mesmo menininha, assim como muita atitude escrota de quem não fala sequer: "cocô"! :)
Excluirlembrei me da minha infancia, carteiras coladas, crianças engraçadas e aquele cheiro que só escola primaria tem, apesar de achar q era o do material novo.
ResponderExcluirpor um breve tempo voltei no tempo e lembrei do meu maior desespero na sala de aula... a professora apagar a lousa.. hahahahah
kkkkkkkkkkkkkkkkk Nossa elas sempre apagavam antes da gente terminar de copiar. rsrsrs
ResponderExcluirSempre, e só escutava os gritos de desespero... Não fessoraaaaa!!!!
ResponderExcluirNossa, quantas lembranças!!! Minha escola, se não me engano até o 3º ano primário era de madeira e ficava no meio de uma praça (E. E. Prof. Dr. Décio Ferraz Alvim). A coisa era tão feia que tinham fendas entres as madeiras podres do chão, que dava para sair da sala passando por elas e saindo por baixo da escola, onde também passeavam ratos, etc. Quanto aos palavrões, não lembro de nada com tanta significância, como acabara de descrever. E quanto a loira do banheiro, isso sim é um capítulo a parte, vamos combinar, quanta gente querendo virar fantasma e tomar posse de um pedacinho de alguma Instituição pública (UI). quero minha aposentadoria. (risos)
ResponderExcluirNossa, dessa escola até eu fiquei com medo. rsrsrs
ResponderExcluirDja: a lôra do banheiro da escola onde eu estudava -Instituto Nossa Senhora da Glória, vulgo Castelo, que era no casarão de verão da Marquesa de Santos, em Macaé- tinha uma pegada meio Kátia Flávia: segundo os meninos, que eram os únicos que a viam, vinha nua num cavalo branco, com os cabelos compridos por cima dos seios. Era preciso dar três descargas falando sabe-se lá que mantra -lembro não!- e ela aparecia no espelho. Sempre com cara malvada.
ResponderExcluirQuédizzê.
Deveria ser minha parenta, a pobre alma.
Hahahahahahaha!
Anna Mazzeo
Hummm, três descargas... no sanitário vazio ou lotado?
ExcluirKKKKKKKKKKk
Então : eu já havia lido Coisas da escola bem antes de vc ter deixado o comentário sobre mim : a respeito da escada, eu ia mesmo dizer para vc que está autorizado a escrever o que vc quiser a meu respeito. Será uma honra ser uma personagem em suas histórias.
ResponderExcluirbeijos!