quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Coisinha fofa...


Esta noite estava a lembrar-me de uma conhecida que nunca se importava do que falassem a seu respeito. Do que quer que lhe chamassem, não dava importância... A não ser... “Boazinha”. 
 
“Ah, não dá! Boazinha não! Podem me chamar de qualquer coisa! Menos boazinha.” 
 
Segundo ela, “boazinha” era o fim de tudo, quando você não tem qualidades ou defeitos outros que a tornem minimamente atraente, interessante ou apreciável. Melhor ser mal vista, mal falada, que ser a "boazinha"... Me chama de cadela, de piranha, de qualquer coisa, mas boazinha não, dizia, querendo pertencer mais à fauna do que destratada com o vocábulo qualitativo. 
 
Daí lembrei-me de recente papo, via Facebook, com o Alex, onde falávamos sobre gente que tem mania de terminar os nomes dos outros com “inho” ou “inha”, sem qualquer carinho ou intimidade no ato. E como a noite era de insônia regada a lembranças, o pensamento me trouxe mais uma. Como sempre fui bonzinho (sem aspas), a lembrança era de uma conhecida imensa nas formas, a quem na adolescência chamávamos de “I...zinha”, no pejorativo mesmo, por pura maldade adolescente.
 
Um colega sempre trata a namorada por “coisinha”, e ela não desgosta. Aliás, anos atrás, Elke Maravilha dizia em uma entrevista que li numa destas revistas de passatempos, Contigo ou Ilusão se não me engano, que o namorado atual (daquela época, fique claro) a chamava de "meu traste"... E era uma declaração de amor! Pode ser... Acho mais bonito que “fofinho" e "fofinha”, com os quais um casal conhecido se trata... É de dar engulhos. Se alguém me chamar de fofinho acho logo que está querendo dizer que sou gordo.
 
E, pegando carona nos engulhos do parágrafo acima, um colega, uma vez de saco cheio em ouvir o “querido” de uma terceira pessoa, saiu-se com um “_Para de me chamar de querido, pois esse seu “querido” é a personificação da falsidade.” Silêncio...
 Realmente, “querido” é muito estranho, só uso com pessoas as quais quero bem e realmente quero perto de mim... Mas vejo tanto em bocas tortas por aí, sem querer bem algum à pessoa a que se refere que o “meu querido” vira mesmo como bem disse o outro: “A personificação da falsidade.”
 
Conheci outras pessoas que detestavam a alcunha “bonitinho(a)”, segundo a qual o bonitinho é sempre o feio arrumadinho. Muito embora muitas vezes o diminutivo seja apenas para expressar carinho...
 
O único lugar no Nordeste onde já ouvi falar "bichinho" foi em Alagoas, e, embora o vocábulo seja usado a mão-cheia, em programas humorísticos, acredito esteja praticamente em desuso, da vez que quando o ouvi foi logo retrucado com sisudez: “Bichinho é formiga”!
 
O “siázinha” e o “mulé” nos quais eu achava tanta graça também só se ouve muito quando em vez, e assim perdem-se jocosidades deliciosas, enquanto os “meu querido” predominam por ai afora...

5 comentários:

  1. Djairzinho querido... rs
    Tb não gosto do querida e de ser chamada de boazinha, mas conheço uma cidadã que chama as pessoas de coisa (inha) e acho horrível. Qdo ela não lembra o nome de uma vendedora ou atendente ela lança "ô coisa". Acho um horror!
    bjs

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  2. Pois é. Pior é quando usamos o diminutivo ou o "querida ou querido" por carinho e caimos nesta situação! Não é não?

    Telma

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  3. heheheh, gostei muito do texto. me fez lembrar das vendedoras ainda mais nesta época,querendo nos empurrar, coisinhas e dizem como ficou bonitinhassssssss. è isso!

    Carmem

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  4. As pessoas não tem mta imaginação...gosto por apelidos nas pessoas q gosto...mas são apelidos q só servm p/ elas, não encaixam em outras pessoas...isso é carinho..o resto é cópia de novela...infelizmente...

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  5. Muito bom!Tudo que tem inha,também me irrita.Eu tenho o hábito de chamar a pessoa de querido(a);muitos,detestam,mas,penso ser carinhoso e não me sinto mal com isso.Agora,inha,é de lascar,rs.

    Beijão,Dja!Dani

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