quinta-feira, 4 de julho de 2013

Expectativas


Expectativas, e quem não as tem, quem não as cria e alimenta, independente do outro, das condições de vida, de trabalho, de estudo, de possibilidades reais...?
Gêmea da esperança, aquela que dizem é a última a morrer, mas que como já disse aqui é a primeira que entra em coma, a expectativa é algo próximo à Maya dos hindus, a ilusão...  Criamos e acreditamos em nossas próprias expectativas por mais que pessoas e situações se posicionem contrárias a elas... O relacionamento que o outro deixa claro que não é um compromisso, o emprego esperado ao qual acreditamos ter feito uma bela entrevista, a transferência de funções que depende da aprovação de outros.
Também o desenrolar de fatos, o apoio para estabelecer condições favoráveis de trabalho, a cumplicidade de amigos, a parceria proposta que não mostra ter duas vias. Mas seguimos acreditando, alimentando, substituindo e fazendo puxadinhos, na ânsia de manter viva aquela ilusão do jogo no qual cremos, faremos o gol, por melhor que seja o time adversário e por mais superioridade que tenha o goleiro em seu ofício.
Alguns iniciam relacionamentos amorosos, onde traçam todo o desenvolvimento e o desenrolar que culmina em finais felizes, filhos alegres, família de comercial de margarina, sem que o casamento de objetivos seja feito antes, sem sincronização de tempos, cada qual com seu cronômetro. E por isso mesmo a ruína é dolorida...
Há aqueles que assumem uma chefia esperando dos demais colaboração, para que todos possam orgulhar-se do trabalho realizado, do espaço, da gestão, que nunca é feita por um só mas pela soma de esforços, e antes que tome assento se percebe a má vontade, o não querer de mudanças, nada que abale confortos e modus operandi. Em suma, um subentendido: Não me dê trabalho, ainda que seja para melhorar minhas condições de realizá-lo.
Outras mudanças são mais globais, de todo um estilo de vida; traçam-se planos, elaboram-se operações diversas, ajeita-se de forma mnemônica toda uma vida, mas... não depende apenas de si a realização, e toda esse energia gasta se transforma em frustração profunda, e aí a mudança toda é de energia, pois de um momento ao outro, o sentimento de vitória torna-se fracasso.
São experiências, que como disse uma amiga são a única coisa que nunca irão conseguir tirar-nos. Então o que nos resta? Transformar essas experiências em aprendizado, ir com mais calma, não por tanta energia em fatos não consumados, um degrau por vez... É fácil falar, e antes que o texto fique mais piegas e se assemelhe a crônica de revista semanal de conselhos ou filosofia de almanaque, fiquemos cá, que a reflexão aponte o que falta nas palavras.
 
Foto: Djair - Br. 262 Vitória -Belo Horizonte.

6 comentários:

  1. Achei ótimo. Exatamente o que tenho sentido, mesmo com quase 60 anos nas costas...

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  2. Como já disseram: não crie expectativas, crie porcos, galinhas... mas não tem como!!! Acho que já vem no nosso DNA, na nossa mente barulhenta, que é especuladora e criativa demais... E no caos criativo, num mundo cor de rosa, a gente quase sempre quebra a cara: a nossa realidade quase nunca é a realidade dos outros... Muitas vezes já vou falando para a minha mente: cale a boca e desça daí!!! As vezes funciona, e se não, serve de lição mesmo! .. rsrs

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  3. O futuro não existe, não conte com ele agora.

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  4. Como diria o Tim Maia: "E cima disso a gente constrói os nossos sonhos, os nossos castelos, e cria um mundo de encanto, onde tudo é Belo"
    (Me Dê Motivo - Tim Maia"

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  5. Eu troquei a expectativa pela perspectiva,dói menos.A expectativa para mim é um monstro ao qual alimentamos e,sem mais,nos devora o coração.E ela costuma levar tudo de nós;até nossa fé.
    Muito bom texto,Dja!

    Beijão,Dani!

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  6. bom texto, com 53 anos aprendi não criar expectativas, vivo mais com o pé no chão. Ao contrário acabamos cheios de ansiedade e não aproveitamos cada dia. beijos Djair

    Carminha

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