Tinha por costume deixar a
porta da garagem um tanto levantada a fim de que o ar de fora
entrasse a arejar o espaço, até porque num cômodo anexo, mas ainda
dentro da garagem, fazia compostagem, assim, quando em casa, deixava
lá coisa de trinta, quarenta centímetros, meio metro que fosse…

Após
minha assertiva perguntam se poderia então dar a eles o botijão, a
dizer que tinham conseguido um fogão, mas não a bilha de gás, e
cozinhavam a lenha. Em troca ofereciam-me os préstimos do marido
para cuidar do jardim ou fazer algum reparo, e da mulher para fazer
limpeza na casa ou passar roupa, etc…
Entro
pego a bilha de gás e lhes entrego, digo não precisar de nada em
troca. As três meninas gritam alvoroçadas fazendo festa. Marido e
mulher enchem-me de agradecimentos ofertando uma vez mais os
préstimos desnecessários. Pedem a deus, não sei qual deles, que me
abençoe e partem felizes, sorrindo contentes as crianças a pular
festejando.
Sou
contagiado por sua alegria.
Entro
e dou a nova a meu companheiro, que alerta para o valor do objeto
ofertado. Por instantes passa uma sombra pelo contentamento que
trazia, mas logo respondo que não precisávamos daquilo, a alegria
deles seja lá qual for o uso que deram àquilo não tinha preço.