A exclusão dessa página é
como se dissesse a eles: não aguento mais, nem a mim, e nem a vocês, e é por
isso que vou-me embora. Não seria talvez para Pasárgada, pois lá até o rei já
deve ter sido destronado e nem sequer se dava a conhecer, quanto mais a ter
grandes amizades.
Ao sair, sempre se lembra de quem antes
abandonou a rede, como no “corvo” de Allan Poe “outros amigos voaram antes e
não voltaram jamais”.
Muitas vezes, a maioria das
saídas é só por um tempo. Muitas vezes excluem-se apenas as páginas falsas, que
fazemos para diversão ou para o que não temos coragem de dizer sem máscaras, ou
que conforme vamos dizendo sem as tais, essas já não fazem sentido, e então mata-se
o heterônimo. Aí então seria o assassinato de uma persona latente dentro de
nós? Não, não chegamos às faces de Eva nem à genialidade de Pessoa, mas sim, a
cada ambiente, a cada espaço, somos um, temos um id e um superego sempre em
guerra, e a cada vez um marcha à frente, por isso vários somos, nem sempre
gostamos desses que nos formam e por eles também somos tomados, a poesia bela
que escrevemos ou a rispidez que enrijece os músculos da face. E ultimamente o “livro
de faces” é grande fomentador dessas nuances, por isso o suicídio (ainda que aí
possa ser temporário) das nossas personalidades sociais. Na “rede”, muitas
vezes sente-se enredado.