Somos sócios
Socialistas,
socialites assexuados, assoberbados
Assoreados pelo aço,
pelo minério de ferro que nos ferra a todos
Associados, escaneados,
escanhoados pela lâmina de aço
a nos raspar o rosto,
as axilas, a pélvis,
a tirar pelos e cortar
peles, pulsos, impulsos.
Somos sócios, somos
símios, somos sonsos,
Somos somados, postos
em fila e ferrados se não com ferro em brasa com crachá,
com Registros Gerais –
RGs para os íntimos. Somos gado:
Socialistas,
socialites os que leem, os que latem, os que apanham, os que batem,
os que manipulam, os
que mentem, os que manuseiam...
vidas, carreiras,
ferros, documentos, pedaços de carne em busca de um prazer fugaz.
Somos só isso, tudo
isso, isso ou aquilo.
A quilo? Ou por peça?
Dúzia, por dó ou por dor?
Os que rezam ou que
prezam, ou que negam, renegam, desprezam, desejam
Somos pó, de minério
de ferro, de rapé, de mico...
Ao pó voltaremos, ao
pó preto que vem pelo vento, ao pó branco de giz que ensina o
b-a-bá
Ou ao outro que promete
brilhos e nos tira dos trilhos:
somos sócios, nesse
ócio cansativo que é viver,
que por si só
violenta, a si, ao outro, aos ideais e crenças
Somos sós,
e por isso nos
refugiamos em poesias, músicas, saraus, caldos quentes, cervejas
frias, mingaus.
Somos sócios...
Só isso, e nem por
isso brincamos em serviço.
Foto: Djair - Muro pixado à rua Borges Lagoa - V. Clementino - SP
E que belo refúgio são os seus escritos,Dja!
ResponderExcluirPelo menos quando escrevemos,deixamos de ser um mero número de cpf.É o nosso coração em cada letra,é a nossa alma em cada palavra.
Amei!
Beijão!Dani.
É, e haja pó...
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