Várias
expressões religiosas, sociedades, enfim, vários aglomerados de
gente têm por hábito chamar seus seguidores, afiliados, partícipes,
o que seja, de “irmãos”, independente da religião expressada,
ou seus movimentos (renovações, reavivados, etc, etc.). As mais
tradicionais são as “irmãs” de caridade, designação das
freiras católicas. Já as novas religiões autodenominadas
“evangélicas” são mais acintosas no uso do termo. E dá-lhe
irmão pra cá, irmã pra lá, aquele irmãozinho, a irmãzinha
fulana... E por ai vai...
Em
facções criminosas também é utilizada a mesma alcunha - “irmão”;
sabemos pela imprensa que as mulheres dos presos do PCC (Primeiro
Comando da Capital), por exemplo, são tratadas pelos demais membros
do grupo de “cunhadas”.
Mas
o que é ser “irmão”? Diferente do substantivo que
qualifica pessoas nascidas de um mesmo pai e mãe, nesse caso a
denominação sugere pessoas imbuídas de um mesmo espírito, dos
mesmos valores, dos mesmos gostos, da mesma forma de pensar e de
agir. Praticante de uma mesma ética, de um mesmo modus
operandi quanto à
forma de proceder frente à vida.
Porém,
até onde vai realmente essa união de princípios, essa ligação
tão forte que justifica entre seus membros o uso do termo? Afinal,
nestes casos, o outro é um irmão, então o outro em principio o
conhece. Mais do que isso, deveria reconhecer-se nele, no irmão. E
se é um irmão, o outro não estaria interessado nele? Interessado
enquanto pessoa, interessado em uma aproximação maior, uma
interação realmente próxima? Saber sobre seus interesses, sobre
seus gostos pessoais, suas crenças, medos, dúvidas. Seus valores
familiares, civis, espirituais...?
É
um irmão com quem se importa e por quem se tem interesse, ou é
apenas alguém para se ver em cerimônias religiosas e festas de
confraternização, dando um abraço frouxo ou um tapinha nas costas,
desejando, muitas vezes, apenas verbalmente, a paz do Cristo, de
Buda, Krshna, Geia ou Oxalá? Se assim é, organizações criminosas
cujos membros em liberdade cuidam das esposas e filhos dos que estão
presos levam a termo um grau mais intenso do que daquele irmão
superficial, do qual muitas vezes não se conhece mais do que o
pré-nome. Às vezes nem isso, pois muitos, por ter um nome em desuso
ou que acham feio, o escondem atrás de alcunhas concebidas por si
próprios e não lhe sabemos o verdadeiro nome.
Se
é dessa forma, o termo está bem abaixo de “amigo”, que é
alguém com quem se divide dores e alegrias, ideias e interesses,
alguém com quem se convive e com quem nos preocupamos sem interesses
outros que o bem- estar dele... simplesmente por ser alguém de quem
gostamos.
E
então, o que vale mais, ser amigo ou ser irmão?
É
vero que mesmo entre os nascidos dos mesmos pais e que utilizam o
termo com maior propriedade, já que foi criado para designá-los,
muitas vezes não tem essa interação de amor, respeito, amizade,
mas não deixam de sê-lo já que o termo é significante de uma
mesma origem.
Agora...
Se
você utiliza o termo “irmão”, é bom pensar o por quê. E saber
se o usa com propriedade; afinal: hierarquicamente, o conhecido está
abaixo do colega, que é inferior ao amigo, que deveria estar aquém
do irmão. Porque, ao usar o termo, significa que realmente você o
tem em tal conta, ou apenas o banaliza permanecendo bem distante do
outro?
Cara que ótima reflexão... quem é quem? o que é o que? no jogo da vida... muitas vezes pensamos que somos algo e que lugar ocupamos e que grau de importancia temos e na realidade é o inverso não temos nada disso...
ResponderExcluirExercitemos a virtude, a honra e a bondade, para ai sim um dia podermos nos tratar como verdadeiros irmãos, devolvendo à vida na pessoa do próximo, o bem e a dedicação que recebemos um dia de alguém, mesmo que tardio seja o nosso reconhecimento.
ResponderExcluirE que um dia possa gritar, cheio de gratidão o nosso coração: “Por você, eu faria isso mil vezes...”
Alex.'.Araújo
Olá! Lhe considero um amigo mesmo não participando atualmente tão de perto de um convivio social, mas aguardo sua majestosa pessoa no lado esquerdo do peito. Obrigada por nos encontrarmos nessa existencia ou por nos reecontramos de outras existencias. Abraço
ResponderExcluirObrigado pela consideração Anônimo. rs
ExcluirMais um texto para pensar. Eu sempre quis ter um irmão, fiquei a pensar. hoje tenho muitos amigos, vai ficar a vontade de ter irmãos. muito bom Carminha
ResponderExcluirPerfeito!! Até Jesus questionou ao dizer: " .... quem são meus irmãos??" Pois então, Ele também concorda, como eu, com teu artigo!! (rsrsr)
ResponderExcluirParabéns!! *Yara Maria* (conhecida virtual)(;-D *Y*M*
Incrível sua reflexão Di, adorei!
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ResponderExcluir-Gandhi dizia que todos os homens são irmãos. Jesus também disse isso.
A entrega ao irmão, para Gandhi, Jesus, Francisco de Assis e outros iluminados é incondicional. Para cumprir a missão de se entregar totalmete ao irmão, deve-se sair de si mesmo, sem esperar algo em retribuição.
-Somente poucos iluminados conseguem ver um irmão em qualquer pessoa, incondicionalmente. Somos muito pequenos para conseguir isso.
-Amigo é diferente de irmão. Amizade é bilateral.
Caro Djair, receba meu abraço. Luiz Otávio de Lima Pereira
belissima reflexao..... quem sao irmaos de verdade ne...quem sao amigos...nossa....acho q so no momento de dificuldade podemos realmente ver isso...pois falar que e ....e uma coisa.....agir como tal e outra coisa ne.....mas como sempre me dizem DECEPÇAO NAO MATA ...MAS ENSINA A VIVER NE ...=]
ResponderExcluirmais uma vez agradeço por esse texto maravilhoso....
abraços
ALAN COSTA =]
Bela reflexão.
ResponderExcluirAlguns dos meus tios, irmãos da minha mãe, não tratam o meu pai por cunhado, mas sim por mano, forma mais familiar de irmão.
Francisco Santos
Oi Dja, arrasou no texto e o comentário do Rafael Salles sintetizou.
ResponderExcluirAlini
Olá
ResponderExcluirMenininho
Acho que a expressão amigo e irmão não deve ser banalizada ,pois amigo é algo serio e sagrado assim como um irmão mesmo não sendo de sangue
bjs
Menininha
IRMÃO, é aquele que é igual, nem é superior, nem é subalterno, é IGUAL!!!
ResponderExcluirRoberto Júlio Gava
Grande Djair!
ResponderExcluirGostaria de ouvir essas palavrar ecoando nas mentes de mais irmãos, amigos, colegas, conhecidos, primos e afins...
Estreitar os laços fraternos é, primeiramente, afinar os conceitos morais e éticos. Só nesse caminho, um grande laço de amizade e irmandade pode se formar com naturalidade e com verdade de intensões!
O resto é interesse, ou desinteresse!
Parabens, muito sabias e profunda palavras, me leva a refletir o comportamento com quem hoje sao meus irmaos, tenho muito a fazer e doar. Obrigado.
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