sábado, 21 de outubro de 2017

Posers, Fakes e outras personas...

Nas redes, os posers são ainda mais inconsistentes que os fakes.

Esses últimos assumem uma personagem, uma personalidade ficticía, a qual copiam e adéquam seus reais sentimentos, cultura, ou estereótipos próximos àquilo que eles mesmos desenvolvem em si. Mas em grande parte das vezes sem assumir um papel realista, e aí falo daqueles que, óbvio, deixam claro ser um “fake”. O nome, a foto ou desenho usado como avatar já deixa isso legendado em seu personagem. Criam um perfil e ali já se declaram ser uma personagem. Muitas vezes, para dizer aquilo que desejariam falar às claras mas por fatores socioculturais não se permitem.

Os posers por sua vez, postam fotos em poses estudadas, junto a carrões que não lhes pertence, postando guitarras e violões sem saber tocá-los, o que não é crime algum, mas não seria legal se deixassem claro ser isso apenas uma curtição? Não! Se levam a sério, se dão grande importância. Com suas filosofias de almanaque acham-se Platões. Não leem notícias, apenas as manchetes e a partir daí tiram conclusões e opiniões que defenderão irracionalmente. Não é apenas um ego inflamado ou um id condescendente. É mais que isso. Condenam ao sétimo círculo do inferno – aquele que Dante destina aos hereges e aos que pecaram contra a castidade - . Afinal, questionar-lhes, quem tem esse direito?

Pergunto-me muitas vezes se na calda da noite repensam seus dias, seus dizeres, seus prazeres… Ou se ao contrário, dormem tranquilos e ronronam com suavidade, felizes com seus fazeres.

Há também o poser ingênuo, ele na verdade não tem defeito grave, apenas lhe falta um toque de personalidade – menos valia?, deficit educacional - , e então embarca em uma série de atitudes, gestos e gostos que não lhe pertencem, e nem sequer lhe caem bem. É o fiel mais devotado e conhecedor de uma religião que abandonará daí a 6 meses, e aí alardeará com o mesmo entusiasmo contra aquela, é o sujeito que nunca tinha ouvido falar de tal banda que entrou na moda, mas torna-se seu maior fã, conhecedor, e quiça o descobridor. Até que um novo ritmo entre em moda, e assim um determinado autor, ator ou diretor. Sucedem-se estilos musicais e o próximo verão será de riscos para seus gostos.

Ninguém é tão bom quanto ele, e a necessidade de mostrar isso o faz monopolizar os diálogos. Adler quando fala do complexo de inferioridade e sua exacerbação deixa claro o porque.

Mas não o temos todos nós, em maior ou menor grau?
Não há conclusões, são apenas impressões.


Foto: Djair - Imagem de uma amiga com quem conversava sobre estas questões, e que a cedeu para ilustração do texto.

7 comentários:

  1. Por essas e outras desativei a minha (vida social). Isso quando não brigam em defesa dos seus políticos e partidos de estimação, quando defendem ideologia, que nada mais é que sustentar bordão da vez. Posers, fakes e outras personas já não me descem mais. Prefiro ficar nos blogs hoje em dia.
    Grande Abraço Djair.

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  2. Grande Barratta, também cheguei a sair das redes por um tempo, encheu-me o grande FlaXFlu em que se tornou a política nacional à época. Porém como haviam pessoas caras com que o único contato era ali, acabei por voltar. Enfim, continuo cansado de gente que "Não muda quando é lua cheia".
    Abração

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  3. Obrigada pela atualização. São tantas e novas nomenclaturas, que sempre me perco. Também me dá náusea esse novo ser/estar que as redes permitem. E as psicoses, neuroses e toda sorte de maluquices exibidas sem filtro nesse novo mundo indigesto. Entretanto, precisamos estar próximos dessa nova realidade virtual, ainda que minimamente, porque é o que temos para hoje e amanhã. Essa ambiência virtual veio para ficar e é preciso domesticá-la, antes que sejamos devorados.

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    1. Débora, infelizmente já não há mais tempo para domesticar... No mais nós é que que vamos criando os meios, cada um a seu modo, para melhor sobreviver a isso.

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  4. Conheço muitos fakers, poser e torcedores do Fla X Flu. Me mantenho na rede, pois são tão ridículos que os acho cômicos!

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  5. Gosto do texto mas não tenho vivência com os personagens mencionados. No fundo, me parece que todos estão à procura dos 15 minutos de glória. Mas pensando bem, hoje, com a internet, os 15 minutos podem ser eternos, não é mesmo? A qualquer momento, hoje, daqui a dez anos, a pose vai estar lá e sempre haverá quem a veja.

    Jair

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