"Vitória é uma prostituta finíssima. Ela aprecia o mar afagando seus pés e despreza muita gente que a rodeia e cobiça. Mas ela se deixa penetrar aos pouquinhos, de preferência os clientes com muito dinheiro."
Jair Leal Piantino
Mas a despeito do que nos diz o autor da quadrinha, temos o fato que visualizar
o horizonte faz toda a diferença.
Foi hoje
o primeiro banho de mar; não obstante o ventinho fresco que o oceano
soprava em direção a meu peito, encarei o mar de frente, entrei...
A água morna beijando meus pés acariciava os tornozelos, as pernas,
massageando suas batatas num irrecusável convite que em nada
lembrava o frio da água de outras praias, ou mesmo dela na tentativa
anterior ainda sob tempo não muito seguro, e na ansiedade de quem
vem de onde só há prédios e ruas, de onde não se dá noticia de
horizontes e o cinza predomina...
Ao
longe, a terceira ponte, um pouco antes do Convento da Penha que
repousando sobre o rochedo desde 1530 abençoa essas terras. Ainda
bem, pois perigava nos dias de hoje abrigar uma das centenas de
miniaturas do redentor que se espalharam por essas terras brasilis.
Ou pior ainda, um monumento ao mau gosto, como a esverdeada estátua
da liberdade miniaturizada que me envergonhou ao passar por ela no
contorno de Goiânia... Seria aquilo efeito do césio na mente de
alguém?, e pronto, aí já tem o comentário preconceituoso para me
acusar de tal.
Mas,
voltando à paisagem que avistava da praia, ao lado de casa, aqui,
Jardim Camburi, também via verdes remanescentes de serras de Mata
Atlântica que teimam em salpicar a cor do jade, do musgo, da cana,
aqui, ali e acolá, depois do mar, que hoje estava azulado.
Já se a
vista vai para à direita prédios, mata do aeroporto, mas antes
deles quilômetros de areia e mar num contorno bonito em degradê: a
cor do mar, da areia, de coqueiros e chapéus de sol e outras
vegetações que antecedem o calçadão, a ciclovia, onde capixabas e
agregados como eu caminham, correm, andam de bicicleta, patins,
skates ou simplesmente flanam aproveitando o calor, a brisa, a
paisagem.
Olhando
para o outro lado, ainda bem pouco explorado, o viaduto que conduz à
mineradora e sob o qual, em linha reta, seguindo a ciclovia, vai dar
em minha rua, um pouco antes do Jardim Botânico onde um enorme lago
verde, restaurante de garças, Martíns pescadores e outras aves, vira
depois um pequeno riacho que se junta à água do mar como se ali
fosse preciso mais uma corzinha, toque nada sutil da paleta do pintor
da tela que apenas por capricho quis por ali um outro tom de verde,
só para mostrar como sabe mesclar e combinar as tintas. E depois
dele, a sede da grande empresa, passada a iniciativa privada por um
governo que não deixou saudades, e nem disse para onde foi o
dinheiro apurado com a venda daquela que já foi a maior empresa do
país. Num edifício grená entre a mata verde impõe sua presença
aumentada com o apito do trem de minério, e pelo gigantismo dos
navios ancorados em seu porto, que fazem fila no oceano, e assim
voltamos de novo ao mar.
Atrás
de mim areia, depois a escada onde se sobe ao calçadão, não sem
antes parar para tomar a ducha para tirar o sal; subindo a escada, os
botecos... Peixe frito, cerveja... Agora não, à boca da noite
talvez, depois da caminhada vespertina...
Linda e emocionante descrição,Dja!
ResponderExcluirVitória é linda!Não só as belezas naturais,como também a gastronomia.Ah,e claro!o Carnaval da cidade tá crescendo,para mim é o melhor fora do eixo Rio-São Paulo.Quem ainda não conhece,não sabe o que está perdendo.A noite em Vitória é linda!!!
Beijão!Dani.
Eu quero ir!!!!!
ResponderExcluirQue maravilha, agora já estou conhecendo um novo estado, amigo saudade. bj
ResponderExcluirQue lugar bonito! Adriana Lima
ResponderExcluirHummmmm!!!!!! Me aguarde quero ver todos esses lugares viu!!!!!! Frávia
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