Você vê
nas redes sociais fotos de algumas pessoas em poses estudadas, lê as
legendas trabalhadas e compara com seu comportamento, com sua linha
de pensamento expressada no modus operandi... Bate uma tristeza...
Uma preguiça, e até uma irritação, ao olhar sorrisos coniventes
com ideologias expressadas ali e que nada tem a ver com a prática.
Foto: Jair Leal Piantino |
Conteúdos
forçados a fim de mostrar uma inteligência, uma opinião formada
sobre tudo, e que muitas vezes, para não dizer a maioria delas, não
corresponde àquilo que o discurso prega, o discurso pelas minorias,
contra o preconceito, e no gestual, no dia a dia, você vê que suas
opções não condizem com aquilo que a foto ou o texto tentam
mostrar. Se Caetano já dizia há tempos que “de perto ninguém é
normal”, em tempos de redes sociais, onde todos pretensamente geram
conteúdo, emitem opiniões sólidas e profundas que quando
contestadas ou contextualizadas têm a espessura de uma membrana, que
termo definiria essa anormalidade?
Sempre
houve e sempre haverá gostos e gestos conflitantes em cada um de
nós, contradições, certezas afirmadas que no fundo estão repletas
de dúvidas, mas a virtualização e a facilidade de publicação,
disseminação e obsessiva afirmação e defesa dessas afirmações,
ainda que não se tenha aprofundado uma análise sobre o tema ao qual
se defende, não cria uma nova patologia psicológica? Exagero,
talvez? Pode ser, afinal, quem está livre deles, mas se Eva tinha
três faces, sem ter um livro delas, o que se diz quando se percebe
que virtualmente aquela face apresentada na rede social não
corresponde à face real?
Os
pensamentos ali disseminados buscam o quê? Mostrar quem se é e o
que se sente verdadeiramente?, ou apenas mostrar ao mundo que se é
culto, inteligente, sagaz? Cheio de sentimentos nobres e de
convicções políticas profundamente embasados?
Hoje
para ser “fake”, usando o termo popular para perfis
falsos, não é preciso fotos forjadas com imagens que não a do dono
do perfil, nem a criação elaborada de uma personagem, muita gente
que hoje olhasse a própria página na rede não se reconheceria tão
forjada e moldada em formas diferentes de suas realidades, convicções
e modo de vida.
Ah as máscaras sempre elas seja no teatro grego seja no livro-de-caras !!! Gostei do texto VC esta CD vez mais afiado! Bj
ResponderExcluirMáscaras, pinturas, todos usamos, mas tem gente que exagera né? rs Beijão!
ExcluirExcelente texto....disse tudo. eu nunca consegui comentar no blog, nunca tem uma crianca d 5 anos por perto p me ajudar c questões tecnológicas ....escreve sobre as jovens senhoras q pagam d antenadas no face, mas na verdade se sair do b a ba tecnológico ficam perdidas.
ResponderExcluirRegiane Rossi
Ah Regiane, pronto, tá ai em cima, transferi o comentário. rsrsrs Pode deixar quaqlquer hora escrevo, e confesso também meu alfabetismo funcional em tecnologia. rsrs
ExcluirBelo texto... um verdadeiro soco no estômago, muita gente pararia de ler no primeiro parágrafo, afinal, é tão difícil encarar o que somos e o que não somos... melhor mesmo é continuar "fake"... :( Abs e bom dia :)
ResponderExcluirCorina Camizão
Valeu Cora, o texto foi escrito logo após a leitura de sua postagem com título: "Só a cabecinha" no face, obrigado!
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