quarta-feira, 16 de março de 2011

Vai descer no próximo?

 O café na copa geralmente me rende boas inspirações e lembranças de causos mais ou menos antigos que acabo por transformar em postagens no blog. O de hoje se deu quando, dia destes pela manhã, tomávamos café no trabalho e entra uma colega, sempre alegre, sempre sorrindo, sempre de vestidinhos ou saia e blusa que valorizam o belo corpo, cintura fina, flancos e seios de medidas capazes de alegrar velhinhos sem saúde. Pois bem, vem ela de ônibus, em um horário em que eles costumam estar sempre cheios e não sei porquê na hora, me veio a pergunta, que verbalizei no ato: “Marcela, nunca te encoxaram no ônibus?" De chofre ela responde: "Já sim, várias vezes"!! E o que se ouviu em seguida foi a risada a largo, dela e de todos que ali estavam, em seguida, contou-nos brevemente pequenos detalhes cômicos do ocorrido.
 
Foi aí que me lembrei de Francinette. Nos tempos que vivi em Cezídia,  Nette, já apresentada aqui, em outros causos, é de baixa estatura (não tinha em altura o que tinha em quadris, como se diz por lá: “Quadril de mulher parideira!”), me contou ela certa vez, que vindo de trem (e os trens de Cezídia são tão cheios quanto os ônibus de São Paulo), de repente sentiu algo cutucando-a... Estranhou, já que nunca fora “encoxada”, devido à altura que não favorecia o ato libidinoso por parte de possíveis interessados em tal tara!
 
A insistência do “cutucão”, o formato anatômico que sugeria o estranho objeto a fez voltar-se para verificar a razão do incômodo, e eis que se depara com um sujeito franzino, da mesma (pouca) altura que ela, tentando ficar mais próximo, bem mais próximo...
 
Tentou esquivar-se, mas a quantidade de gente no vagão a impedia de afastar-se o suficiente, devida também à insistência no contato físico por parte do fã.
 
Faltavam ainda duas estações e ela a esgueirar-se aguardou como pode, até chegar a próxima. Agora sim, como desceria na próxima, resolveu agir. Pigarreou a limpar a garganta para aclarar a voz, e em alto brado retumbante argüiu: “Gente, gente, socorro! Tem um tarado aqui se esfregando em mim gente!” O rapaz no susto afastou-se o quanto a multidão no vagão permitia, e tentou defender-se: “Não dona, não tô não! É o vagão que tá muito cheio, mas num tô fazendo nada com a senhora não!”
 
E o diálogo prossegue: “Tá sim, gente", e afastando-se aponta para o dito, "tá sim, olha só como ele está, vê bem! Vai se esfregar na sua mãe”.
 
“Não, dona não tô não...
 
E o trem chega a estação, abre as portas e ela rapidamente se atira para fora deixando a confusão rolar, gente a bradar, “aê tarado!” e mais o burburinho de comentários depreciativos...
 
Fora, já subindo a escada, Francinette olha pro trem, já se pondo em movimento, dá uma gostosa gargalhada e solta de si para si mesma: “Este não apronta mais! 

 É... Como diz um conhecido: Tá carente? Pega o Terminal Bandeira - Jardim Miriam das 17:30h. 

 E Você caro leitor(a), já foi encoxado(a)? 

Foto: Outras vias -

23 comentários:

  1. Nette,figura mitológica.Essa aí pode escrever um livro,viu?Depois do ataque cardíaco que era na verdade gases,agora essa aventura em pleno vagão de trem.Essa é porreta mesmo!Deve ser uma pessoa muito agrádavel e divertida de se conviver.
    Bjão,querido!Amo esse espaço,suas escritas são leves,bem-humoradas..um acalanto para os olhos.
    Dani.

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  2. Pena que nunca fui encoxada, bem gostoso!!!
    KKKKkkkkkkkkkkkkkkkkk

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    1. É menininha. se você consente pode ser bom, mas se você não quer deve ser um pavor!

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  3. kkkkk Tô rindo até agora! Mas estou imaginando a cena de vc perguntando pra sua amiga se ela já foi encoxada! rs rs rs Embora o causo da Nette tenha sido bem engraçado é extremamente desconfortante e embaraçoso qdo acontece com a gente. Fora a raiva que dá! Qdo eu estava no ensino médio ia pra escola com uma amiga num ônibus muito lotado pela manhã. Essa amiga carregava um alfinete (juro!) e dava espetadinhas em quem se aproximasse dela. E fazia isso sem ninguém perceber pois o ônibus era muito cheio e o alfinete ia escondido na mão. Nunca tive coragem mas já tive muita vontade de andar com um alfinete!

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  4. Nossa Dja, cruel!!! O que tive que aguentar foram barracos mesmo, e comigo, o primeiro levei de boa, até dei risada. Mas o segundo, desgosto. Vou adicionar seu blog no meu reader. bjinho
    Alini

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  5. Bolsadas, cotoveladas e esporros como o da Nette ajudam a delimitar território entre a manada, que já perdeu o conceito de individualidade, fora a safadeza mesmo...

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    1. Isso Myrna, o que não pode é aguentar calada por medo de escândalo.

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  6. Ai, ai, ai, o que será de nós que não temos "air bag"...

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  7. Nossa rii muito ! Bom aquela que pega õnibus diariamente e diser que isso nunca aconteceu está mentindo! Mas umas boas cotoveladas no tal sujeito podem resolver o imcomodo,KKKKK Adorei o texto !

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  8. Por isso, agora, só pego o trem que sai as onze horas, se eu perder esse trem, o de amanhã de manhã é muito mais lotado e certamente serei encoxada. kkkk

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  9. Tudo acontece c/ a Nette? Até o improvável? Eu não ando de onibus pq moro perto do trabalho...dessa tô livre...rsrsrsrs

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  10. Ai, ai! Até que uma encoxadinha de vez em quando não é nada mal rsrs.

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    1. Eita!!! rsrsrs Aí tem apetite. rsrs Mas já pensou se a encoxada é de um tipo que não te agrada?

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  11. Putzzzzzzzz, pior q as vezes tenho q pegar o Term.Bandeira- JD.Miriam , famoso 66 rs rs

    Ainda bem q sento no preferencial!!!!!!

    Beijocas

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  12. hahahaha!
    tb já fui vítima de encoxadas, a maioria no metrô. em uma delas o sujeito "cutucador", qdo tentei me afastar, falou no meu ouvido, como uma voz grave: "desculpe, moça. é q estou sendo empurrado, não é culpa minha".

    na última, ainda essa semana, o moço estava de frente pra mim e me encarando, me medindo. lá pelas tantas, me pediu licença e eu dei passagem, achando que ela ia descer. mas pra surpresa minha ele se colocou atrás de mim pra me "apreciar" mais de perto. mas pra sorte minha desci na próxima.

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