Andréia conversa com uma moradora da rua onde nasceu o fado |
Este ano não tive como fazer a fogueira que tanto gosto a saudar os santos fogueteiros, carros velhos estacionados na rua podiam causar desastres, ou sei lá, alguém vir encher-me o saco por colocar lume a lenha à beira da calçada. No jardim as plantas não permitem, na garagem ou quintal o piso seria estourado. E assim, resignei-me e passei o Antônio e o João sem alegria. Resta o Pedro, que vem aí dia 29. Quem sabe eu esteja na praia e aí simassim quem sabe posso fazer como nos tempos que morava com minha mãe, ao pé da calçada, nos fundos do quintal... Fogueira lá nunca faltou-me. Para assar carne, batata doce, milho verde... Ou simplesmente para apreciar o fogo tomando um vinho tinto, que este sim é gênero de primeira necessidade.
E a Menina Flávia traz as sardinhas. |
"Ó rua do Capelão
Juncada de rosmaninho
Juncada de rosmaninho
Se o meu amor vier cedinho
Eu beijo as pedras do chão
Que ele pisar no caminho"
Eu beijo as pedras do chão
Que ele pisar no caminho"
Dias depois tivemos uma bela sardinhada na casa dos Cunha.
Apesar do decreto da república em 1910 que proíbe manifestações religiosas em Portugal fora do átrio das igreja com as festas da Agonia não há quem possa. Ah, o Norte... As tradições não morrem.
Bem, com tantas lembranças de todos os lados, reedito aqui, revisado o
Noite de São João
Dão-dão-dão!...
Bate o sino.
É noite de São João
Pula a fogueira o menino
Solta fogos o velho bonachão
Solta balão um traquino
Toca o sino o sacristão
Dão-dão-dão
Faz o badalo
Os fogos fazem chuva
Formam halo
Ilumina o céu o balão
E o sino sem parar
Dão-dão-dão!... a repicar
Os fogos fazem chuva
Formam halo
Ilumina o céu o balão
E o sino sem parar
Dão-dão-dão!... a repicar
Crepita a lenha na fogueira ardente
O sanfoneiro faz repente
Se toma quentão, vinho aguardente...
Ignorar a quermesse? Há quem tente?
Não, não, não tem não
Pra sorrir basta o badalo
Que em noite de S. João
Repica a noite inteirinha
Dão-dão-dão
dão-dão-dão!!!...
Se toma quentão, vinho aguardente...
Ignorar a quermesse? Há quem tente?
Não, não, não tem não
Pra sorrir basta o badalo
Que em noite de S. João
Repica a noite inteirinha
Dão-dão-dão
dão-dão-dão!!!...
Ai que vontade de comer as guloseimas das festas juninas. Tenho canjica, acho que farei nesse fds. Mas não é a mesma coisa, né? Fora que esses dias está fazendo calor por aqui. Festa junina não combina com calor. Como tomar vinho quente no calor? Esse ano está tudo muito estranho mesmo. Resta esperar que esfrie na noite de São Pedro. A previsão do tempo é frio para domingo, mas não tanto. Quem sabe me animo a abrir uma garrafa de vinho que tenho aqui e estouro uma pipoca. Tristes tempos.
ResponderExcluirRsrsrs Pipoca tenho feito muito Rô. Adoro ver filmes a comê-las, Vinho também, afinal é um gênero de primeira necessidade. Ai de mim sem ele. Bem, combina sim com o calor, as melhores festas juninas, no Brasil, são no Nordeste onde o calor é um vestibular pro inferno. rsrs
ExcluirMeu milho este ano não vingou, nasceram apenas três pés raquíticos, acho que era milho transgênico... Plantei em 21 de março que é dia de S. José... É aí que começa o ciclo junino, plantando o milho no S. José para comer no S. João. :D
Lembrei das festas na casa da minha tia avó..os netos fazem aniversário nessa época e ela fazia canjica, todos os anos. E eu era pequena e não entendia porque todo ano a gente ia lá pra tomar sopa... rsrs...eu realmente era muito pequena kkkkk...doce lembrança.. gratidão pelo texto, Dja, há séculos não me lembrava disso...bj
ResponderExcluirNão vale, sua avó era portuguesa e todos os doces são gostosos. >:0(
ResponderExcluirFeliz com seu retorno sobre o texto, bom que gostou.
Olá meu querido amigo. O meu comentário sobre os Santos populares vem um pouco atrasado, mas não podia deixar de o fazer. Como sempre despertaste lembranças bem escondidas. As fogueiras da minha infância, que eu saltava com alegria e medo à mistura. O crepitar da madeira e o cheiro tão característico. Mais tarde, na minha juventude o deambular pelos bairros populares, já em Lisboa e o cheiro e o sabor da sardinha assada. Muito obrigada novamente por, apesar de vivermos em Continentes diferentes me senti tão próxima de ti. Um abraço muito especial.
ResponderExcluirIsabel Lourenço
Não sei por que cargas d´agua não consigo publicar meus comentários a partir do telefone. Fico devendo o comentário mas não a leitura. Teu texto só não é mais saboroso que as comidinhas juninas. As boas lembranças aquecem mesmo o coração. Para mim as festas começavam quando levantávamos o pau dos três santos no canto da cerca!
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