Expectativas,
e quem não as tem, quem não as cria e alimenta, independente do outro, das
condições de vida, de trabalho, de estudo, de possibilidades reais...?
Gêmea da
esperança, aquela que dizem é a última a morrer, mas que como já disse aqui é a
primeira que entra em coma, a expectativa é algo próximo à Maya dos hindus, a
ilusão... Criamos e acreditamos em
nossas próprias expectativas por mais que pessoas e situações se posicionem
contrárias a elas... O relacionamento que o outro deixa claro que não é um
compromisso, o emprego esperado ao qual acreditamos ter feito uma bela
entrevista, a transferência de funções que depende da aprovação de outros.
Também o
desenrolar de fatos, o apoio para estabelecer condições favoráveis de trabalho,
a cumplicidade de amigos, a parceria proposta que não mostra ter duas vias. Mas
seguimos acreditando, alimentando, substituindo e fazendo puxadinhos, na ânsia
de manter viva aquela ilusão do jogo no qual cremos, faremos o gol, por melhor
que seja o time adversário e por mais superioridade que tenha o goleiro em seu
ofício.
Alguns iniciam
relacionamentos amorosos, onde traçam todo o desenvolvimento e o desenrolar que
culmina em finais felizes, filhos alegres, família de comercial de margarina,
sem que o casamento de objetivos seja feito antes, sem sincronização de tempos,
cada qual com seu cronômetro. E por isso mesmo a ruína é dolorida...
Há aqueles que
assumem uma chefia esperando dos demais colaboração, para que todos possam
orgulhar-se do trabalho realizado, do espaço, da gestão, que nunca é feita por
um só mas pela soma de esforços, e antes que tome assento se percebe a má
vontade, o não querer de mudanças, nada que abale confortos e modus operandi. Em suma, um
subentendido: Não me dê trabalho, ainda que seja para melhorar minhas condições
de realizá-lo.
Outras
mudanças são mais globais, de todo um estilo de vida; traçam-se planos,
elaboram-se operações diversas, ajeita-se de forma mnemônica toda uma vida,
mas... não depende apenas de si a realização, e toda esse energia gasta se
transforma em frustração profunda, e aí a mudança toda é de energia, pois de um
momento ao outro, o sentimento de vitória torna-se fracasso.
São
experiências, que como disse uma amiga são a única coisa que nunca irão
conseguir tirar-nos. Então o que nos resta? Transformar essas experiências em
aprendizado, ir com mais calma, não por tanta energia em fatos não consumados,
um degrau por vez... É fácil falar, e antes que o texto fique mais piegas e se
assemelhe a crônica de revista semanal de conselhos ou filosofia de almanaque,
fiquemos cá, que a reflexão aponte o que falta nas palavras.
Foto: Djair - Br. 262 Vitória -Belo Horizonte.
Achei ótimo. Exatamente o que tenho sentido, mesmo com quase 60 anos nas costas...
ResponderExcluirComo já disseram: não crie expectativas, crie porcos, galinhas... mas não tem como!!! Acho que já vem no nosso DNA, na nossa mente barulhenta, que é especuladora e criativa demais... E no caos criativo, num mundo cor de rosa, a gente quase sempre quebra a cara: a nossa realidade quase nunca é a realidade dos outros... Muitas vezes já vou falando para a minha mente: cale a boca e desça daí!!! As vezes funciona, e se não, serve de lição mesmo! .. rsrs
ResponderExcluirO futuro não existe, não conte com ele agora.
ResponderExcluirComo diria o Tim Maia: "E cima disso a gente constrói os nossos sonhos, os nossos castelos, e cria um mundo de encanto, onde tudo é Belo"
ResponderExcluir(Me Dê Motivo - Tim Maia"
Eu troquei a expectativa pela perspectiva,dói menos.A expectativa para mim é um monstro ao qual alimentamos e,sem mais,nos devora o coração.E ela costuma levar tudo de nós;até nossa fé.
ResponderExcluirMuito bom texto,Dja!
Beijão,Dani!
bom texto, com 53 anos aprendi não criar expectativas, vivo mais com o pé no chão. Ao contrário acabamos cheios de ansiedade e não aproveitamos cada dia. beijos Djair
ResponderExcluirCarminha