E aí, que tem
dias que não temos mote para escrever, fica aquele vazio, escrever sobre o quê?
A musa não vem, está de greve, enfezada, e batendo o pé jura que só volta sob
mil condições, as quais não tenho a menor vontade, capacidade, competência para
executar. E a queda de braço entre a determinação de escrever e a inspiração
que não se faz presente vai ganhando proporções maiores – a ponto de irritar; o
bom da irritação é que ela passa. E então para que passe mais depressa, pois
pra isso não há limites de velocidade, vamos enfrentar e pronto.
Sobre o quê?
Humm, o tema preferido de muitos, principalmente os que não o praticam: Sexo!
Por que?
Porque há dias estou mentalmente engasgado com uma palestra de produção
científica a que fui assistir, teve inicio com a preleção acerca de um acontecimento que se deu com uma cientista canadense. (“se não me falha a memória e a
verdade não me mente”, como diz minha mãe). Ela havia editado em seu blog
pessoal comentários sobre descobertas da NASA, mas a agência norte-americana
teria dito que não aceitava questionamentos não publicados em revistas
científicas, etc, etc... O desenrolar dos fatos é que cientistas de todo o
mundo usaram a aparelhagem de seus laboratórios em universidades e empresas e
realizaram a pesquisa tal e qual a
instituição estadunidense recomendara. E acabaram por publicá-la em redes de
blogs científicos com acesso aberto, uma vez que as revistas científicas lucram
com a venda de artigos que obtém de graça a partir daqueles que tem ânsia em
divulgar suas pesquisas e angariar louros acadêmicos, ou os mais diversos
interesses...
Mas o que tem
isso a ver com sexo? Tem que o maior acesso registrado em um desses blogues
científicos tinha justamente o título: Sexo selvagem na praia.
Tratava-se de
uma foto de dois besouros de espécie rara se acasalando em uma praia, seguida
pelo estudo sobre a reprodução entre tais coleópteros. Com o
título, o acesso ao tal blog disparou, muito além do que alcançaria em buscas
de caráter científico, o que segundo a palestrante seria ótimo se alguém
realmente o lesse. Aliás, enquanto digito, penso em valer-me do artifício no
título do post, a fim de alavancar o blog, o problema é que alavancar e
avacalhar são palavras muito parecidas... Mas a tentação é grande e como já se disse a melhor maneira de acabar com a tentação é ceder a ela.
Essa semana, um amigo postou que Chuck Norris é gay. Questionei, antes
que viessem piadinhas de outros amigos desse amigo heterossexual e portanto a
coisa descambasse pra chacota, e ele responde. “Ele tomou coragem e depois de 40 anos se assumiu, achei massa e ao mesmo
tempo doido... Maior ícone de macheza é gay.” E o assunto morreu por ali,
não houve mais comentários, os sarcásticos de plantão que travestem
preconceitos não se animaram.
A vida sexual do outro é sempre objeto de especulações; se
a “dadeira” do colégio dá pra todo mundo, o problema é dela e de quem ela
resolve dar, mas aqueles pra quem ela resolve não dar são implacáveis. E
aquelas que não dão, mais tiranos ainda. Principalmente os que não comem e os
que não dão por falta de opção.
As revistas
que mais vendem são as de fofoca. Que importância saber para quem tal atriz
está “dando”? Ou quem tal ator está “pegando”? Mas aí, tem aquelas outras mais
caras, que se travestem de sérias e trazem ótimas entrevistas, mas ali no meio
botam as dicas para atingir orgasmos, ensaios sensuais, sugestões de como
seduzir...
Tudo porque é
algo feito com a pecha do pecado, do proibido, do entre quatro paredes. O que
acontece em Vegas, fica em Vegas.
E nem acho que
deva ser escancarado, pois importa apenas àqueles que se entendem e decidem
fazê-lo. Se alguém especula é porque não está feliz com sua própria vida
sexual. E lembro-me de outros casos que não teria nada demais contar, mas o
blog é também lido por crianças e por pessoas que poderiam chocar-se com termos
menos nobres, então omito, em respeito a eles. Embora me cocem línguas e dedos.
Lembro uma
amiga uma vez a comentar: “Eu já tive oportunidade de dar”, o que me arranca
risos até hoje. O contexto da conversa não interessa; o que importa é que ela é
bem resolvida e pelo andar da carruagem já deu.
Quando em Lisboa, ao lado do prédio onde me hospedava (no primeiro andar) á rua dos Correeiros havia uma sex shop em cuja vitrine manequins masculinos e femininos em trajes de sadomasoquismo, ali turistas tinham as mais estranhas reaões, do risinho contido e nervoso de algumas mulheres, as gargalhadas de alguns grupos e olhares plenos de interrogações de senhoras e senhores que não atinavam com o que seria aquilo, vários fotografavam, e daí que resolvi também fazê-lo e não é que hoje me serve para ilustrar o texto?
Então fica,
quem sabe, voltar ao tema em outro momento, que já me alongo e o texto não é um
tratado acadêmico, daquele que tem de ser longo, maçante e ter uma
conclusão. É o que tem pra hoje!
Fotos - Djair - vitrine de sex shop à rua dos Correeiros em Lisboa.
bem adorei o texto. Fiquei envolvida nos três exemplares dos cinquenta tons. O primeiro é bem sadomasoquismo e ai? quero ler respondia para quem me perguntasse. Foi uma febre em um encontro casual em minha casa tinham umas quatro mulheres que estavam lendo o tal livro. Gostei da parte da menina do colégio kkkkkkk.È isso também incomodamos. Bem Cada um da o que tem. Carminha
ResponderExcluirEu tenho reparado que existe hoje uma disposição do "se mostrar". Atores, atrizes, cantores, vira e mexe sai algo na imprensa que fulano/a fez fotos íntimas e teve o celular furtado e fez a alegria dos internautas. O que me pergunto é: Qual o destino de tudo isso? As novelas já mostram casais se pegando, traição e tudo mais. A internet, por mais que se controle "o que o seu filho vê", se ele não ver em casa verá na casa de outro amiguinho mais safado. Isso me transporta para a minha adolescência onde não tinha internet, existia um comunicado antes de cada programa ou filme de Censura, ao mesmo tempo na escola sempre chegava um com as revistas Playboy, Fiesta, International dizendo: Olha o que eu achei no sótão de casa. Hoje tá tudo muito na cara. Deu no site do MSN que o José de Abreu o Nilo da última novela das 9 se declarou bissexual. Hoje em dia ainda choca, mas não como há dez anos atrás. Hoje em dia tem beijo lésbico na TV, ou eu tô ficando velho e ranzinza, porque pra mim essa ideia de que tudo é permitido tá indo rápido demais.
ResponderExcluirSe a vida fosse diferente, não existiria o BBB...né não? rsrsr
ResponderExcluirSil
A questão do sexo e da sexualidade. Os tabus sempre haverão, tanto na esfera hetero como na homossexual. O que importa disso tudo? nada! apenas que seja feito com total discrição ou privacidade... mesmo porque em ambas situações fica feio o esfrega, o beijo mais intenso, as carícias em locais públicos fica um tanto quanto exagerado... É muito mais interessante o mistério do que evidenciar o que se é e perder totalmente a privacidade!
ResponderExcluirO tema "sexo" nunca sai de moda..Eu realmente,não sei o porquê de tanta curiosidade sobre a vida sexual alheia;minhas amigas ficam curiosas em saber tudo nos mínimos detalhes e até dos requintes de crueldades,rs.Eu simplesmente,me calo.Eu não me sinto nada confortável.Uma coisa é a brincadeira,descontração,outra,é sua vida sexual se tornar pauta pública,onde todos dão palpite.Penso ser algo desnecessário.Mas,há quem goste de se expor nesse aspecto..Vender uma imagem que não existe.
ResponderExcluirBeijão,Djair!Dani.
Será que Freud explica?
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